Cultura e Arte na mesa

"O homem é capaz de assegurar a retenção de suas ideias eruditas, comunicá-las para outros homens e transmiti-las para os seus descendentes como uma herança sempre crescente." (Jacques Turgot)

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Agenda Luso-Brasileira

Agenda Luso-Brasileira

Brasil e Portugal firmam acordos para iniciativas conjuntas voltadas ao intercâmbio cultural

Os ministros da Cultura do Brasil e de Portugal, Juca Ferreira e Gabriela Canavillas, firmaram acordos de cooperação bilateral para a promoção da Língua Portuguesa e da cultura de ambos os países, durante reunião que fez parte da X Cimeira Luso-Brasileira, que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No primeiro encontro de trabalho do ministro brasileiro com a nova titular da Pasta portuguesa, ocorrido na manhã dessa quarta-feira, 19 de maio, ficou decidida a realização dos eventos Ano do Brasil em Portugal e Ano de Portugal no Brasil, e do 1º Congresso de Cultura dos Países de Língua Portuguesa, dentre outras ações.

O calendário cultural luso-brasileiro começa no mês de novembro, no Rio de Janeiro, com a primeira edição do Congresso, que será bianual. “A Língua Portuguesa será pensada não apenas no campo da literatura, mas também no da música, do cinema, da arquitetura, da economia da cultura. Será um momento importante para a afirmação da Língua Portuguesa no mundo e para a integração dos países que falam português. Fazemos questão de que Timor Leste e os países africanos de língua portuguesa participem dessa construção”, afirmou o ministro Juca Ferreira.

As outras ações de intercâmbio de expressões culturais estão previstas para 2012, quando acontecerão em Portugal e no Brasil as programações de eventos a serem promovidos simultaneamente e em conjunto. Iniciativa semelhante já foi realizada anteriormente pelo Ministério da Cultura: o Ano da França no Brasil, em 2009, em retribuição ao Ano do Brasil na França, em 2005. Os ministros da Cultura dos dois países também trataram de aprofundar a cooperação multilateral já existente nas áreas de museus, patrimônio material e imaterial, audiovisual, livro, leitura e bibliotecas.

Ainda na pauta de discussões, a elaboração de outras premiações no campo das artes, além do segmento da literatura, que já conta com o Prêmio Luís de Camões, concedido anualmente pela Fundação Biblioteca Nacional, vinculada ao Ministério da Cultura, e pelo Instituto Camões. O vencedor da edição 2009 foi o escritor cabo-verdiano Armènio Vieira, que recebeu o equivalente a € 100 mil, durante cerimônia também realizada no âmbito do encontro de cúpula luso-brasileiro.

Parceria MinC-Instituto Camões

Na terça-feira, dia 18, o ministro Juca Ferreira participou de reunião com a presidente do Instituto Camões, Ana Paula Laborinho. No encontro foi acordada parceria para a realização do 3º Festival de Teatro de Língua Portuguesa (FESTLIP), que ocorrerá entre 14 e 25 de julho, no Rio de Janeiro.

Dentre as atividades previstas estão a mostra teatral, formada por 11 companhias, oficinas, palestras, debates, mostra gastronômica e diversos espetáculos, com a participação de artistas da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) - Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor Leste e Brasil.

Fonte: www.cultura.gov.br

segunda-feira, 15 de março de 2010

Enfim o vale-cultura

Depois da onda de programas sociais que deram muitos votos a muitos políticos Brasil a fora; tais como bolsa-escola, vale-gás, bolsa-família, etc; surge mais um. Este porém desponta com um diferencial; pois preocupa-se com o maior problema social do Brasil, gerador de todos os males: a educação (ou melhor, a falta dela).
O projeto que cria o vale-cultura, em tramitação no Congresso Nacional, prevê investimento de R$ 7 bilhões, beneficiando 1,4 milhão de trabalhadores no país. De acordo com o projeto, cada beneficiário receberá ajuda mensal de R$ 50, para custear entradas de cinema, de teatro e para participar de promoções culturais, além de poder comprar CDs e DVDs. O projeto propõe que cada trabalhador receba um cartão magnético que garantirá o controle do uso, pois o cartão reconhecerá o objeto comprado através de um código, o qual não permitirá a compra de produtos piratas.
Em entrevista a um programa de rádio o ministro da cultura, Juca Ferreira, afirmou que a proposta "não terá problema [para ser aprovada], porque é uma das mais consensuais" na área da cultura, entre as que tramitam no Congresso Nacional. Ferreira prevê que a proposta seja aprovada nas próximas semanas. Ela já tinha sido votada na Câmara Federal e foi encaminhada ao Senado, onde sofreu alteração, e por isso teve que retornar à Câmara.
Além do vale-cultura, estão em análise na Câmara projetos que criam o Sistema Nacional de Cultura (PEC 416/05) e o Plano Nacional de Cultura (PL 6835/06), além da proposta que introduz a cultura entre os direitos sociais previstos na Constituição (PEC 49/07) e da que destina um percentual mínimo de verbas para a cultura (PEC 150/03). Esta última proposta obriga a União a destinar 2% de seu Orçamento para o setor.
E você, o que pensa sobre o vale-cultura?

domingo, 14 de março de 2010

Ideia sobre a origem da cultura


Uma das preocupações dos estudiosos com relação à cultura refere-se a sua origem. Em outras palavras, como o homem adquiriu este processo extra-somático que o diferenciou de todos os animais e lhe deu um lugar privilegiado na vida terrestre?
Claude Lévi-Strauss, o mais destacado antropólogo francês, considera que a cultura surgiu no momento em que o homem convencionou a primeira regra, a primeira norma. Para Lévi-Strauss, esta seria a proibição do incesto, padrão de comportamento comum a todas as sociedades humanas. Todas estas proíbem a relação sexual de um homem com certas categorias de mulheres (entre nós, a mãe, a filha, a irmã).
Leslie White, antropólogo norte-americano, considera que a passagem do estado animal para o humano ocorreu quando o cérebro do homem foi capaz de gerar símbolos.
Com efeito, temos de concordar que é impossível para um animal compreender os significados que os objetos recebem de cada cultura. como, por exemplo, a cor preta significa luto entre nós e entre os chineses é o branco que exprime esse sentimento. Ou seja, para perceber o significado de um símbolo é necessário conhecer a cultura que o criou.
Algumas dessas explicações sobre o aparecimento da cultura sugerem que a cultura apareceu de repente, num dado momento. Tal postura implica a aceitação de um ponto crítico, ou seja, uma eclosão da cultura como um acontecimento súbito, repentino. O ponto crítico, mais do que um evento maravilhoso, é hoje considerado uma impossibilidade científica: a natureza não age por saltos. O primata não foi promovido da noite para o dia ao posto de homem. O conhecimento científico atual está convencido que o salto da natureza para a cultura foi contínuo e incrivelmente lento.
A cultura desenvolveu-se, pois, simultaneamente com o próprio equipamento bológico e é, por isto mesmo, compreendida como uma das características da espécie, ao lado do bipedismo e de um adequado volume cerebral.
Leia mais em : Laraia, R. Barros. Cultura: um conceito antropológico.